O amistoso só foi marcado como forma de
homenagem para o torcedor Kevin Espada, morto aos 14 anos no jogo entre
Corinthians e San José, pela Libertadores. Fora do calendário da Fifa,
só era permitida a presença de jogadores que atuam no Brasil. Ou seja, o
time entrou em campo com dez atletas que não vinham sendo titulares com
Felipão mais Neymar. Paulinho, que também já figurou no time principal,
esteve machucado nas últimas partidas, e Ronaldinho ficou fora daqueles
jogos por decisão do técnico.
Mesmo assim, o Brasil não teve
dificuldades para se impor: foram cinco chances claras em apenas 15min. A
primeira delas resultou na abertura do placar. Como um autêntico
lateral, Jean fez a ultrapassagem, recebeu passe de Jádson e cruzou para
Leandro Damião fazer o gol, aos 4min.
A partir daí, o jogo brasileiro foi
centralizado por Ronaldinho, que distribuia passes, lançamentos e
cruzamentos. Ele demonstrava eficiências nesses lances, mas seus
companheiros não demonstravam a mesma pontaria na conclusão. Bola na
trave, chutes em cima do goleiro ou por cima e anulação de um gol por
impedimento salvaram os bolivianos temporariamente.
Até que Ronaldinho acertou um belo passe
para Neymar que tocou por cima do goleiro para aumentar o placar, aos
31min. Jadson, o outro armador da equipe, também encontrava espaço para
jogar. Foi pela ponta direita que ele apareceu para fazer o cruzamento
para Neymar marcar seu segundo gol, o terceiro do Brasil, aos 42min.
No intervalo, Felipão deixou claro que
seu principal objetivo era a observação. “É um jogo que dá oportunidade
para alguns que não tinham tido participação. Alguns corresponderam. É
importante porque não tenho o grupo completo”, afirmou o treinador à TV
Globo.
Com esse objetivo, ele mudou o ataque,
trocando Neymar e Damião por Oswaldo e Alexandre Pato. Se houve
aprovados no primeiro tempo, o início da segunda etapa não foi tão
promissor para quem estava em campo.
O Brasil tornou-se lento. Seu principal
articulador, Ronaldinho, passou a lembrar mais seus tempos de Flamengo
do que os bons jogos recentes pelo Atlético-MG. Antes, fazia lançamentos
ou cruzamentos precisos. Depois, apelou a toques laterais.
A ponto de o time nacional perder tempo
com um toque de bola na defesa para o grito de olé da torcida. A falta
de disposição dos jogadores brasileiros foi tal que permitiu até à
equipe poliviana, que teve quatro modificações no intervalo, avançar e
chutar a gol. Mas faltava qualidade ao adversário para ameaçar de fato a
seleção. Lance perigoso houve uma cabeçada de Marcelo Moreno, rente à
trave.
Não adiantava Felipão gritar ao lado do
campo: o time pouco se mexia. É certo também que um amistoso enfiado no
calendário, por decisão política, é afetado pela proximidade de jogos
das equipes brasileiras no meio de semana – São Paulo e Corinthians
tiveram compromissos pela Libertadores -, o que gera desgaste nos
jogadores.
Quem corria de fato, sozinho, era o
atacante Osvaldo. Sua movimentação lhe rendeu algumas chances, mas
nenhum gol. Pelo menos mostrou mais jogo que Pato, que, em sua volta,
exibia apatia.
O treinador ainda colocou Leandro,
Palmeiras, e Dória, Botafogo. Mas não foi o suficiente para levantar o
ânimo da seleção. O palmeirense teve a sorte de receber uma bola, só, na
frente do gol após passe de Osvaldo. E marcou o quarto gol aos 47min do
segundo tempo.
Diante de um “Bambala”, foi o suficiente
para ganhar. Mas é preciso lembrar que a Bolívia é a penúltima colocada
nas eliminatórias sul-americanas da Copa. Não dá para servir como teste
do que a seleção enfrentará na Copa-2014, e sequer na Copa das
Confederações. (UOL)
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