“Nós precisamos compreender que a crise
chegou muito mais perto do Brasil do que poderíamos imaginar. (…) Não
haveremos de sair dessa situação se não tivermos um olhar estratégico”,
discursou ele na abertura das oficinas “Diálogos do Desenvolvimento
Brasileiro”, promovidas pelo PSB no Rio de Janeiro. De acordo com
Eduardo, seu partido tem “consciência de que não está tudo feito”.
“Ainda tem muita fábrica de desigualdade
montada neste País, ainda muita exclusão, tem muito preconceito. (…) É
preciso vencer tudo isso com a perspectiva de que é chegada a hora de
aprofundar o debate, de pensar estrategicamente, de colocar o País para
fazer essa reflexão, e que tudo isso possa ser espelhado em aliança
política que tenha compromissos efetivos. Ao PSB não encanta projeto de
poder. Ao PSB encanta um projeto de nação onde o povo esteja colocado no
centro do projeto”, disse o governador para cerca de 150 dirigentes e
militantes partidários.
AGENDA – Apesar da crítica à
pré-campanha, Eduardo tem circulado pelo País levando sua mensagem
política. Na sexta-feira (5), esteve em São Paulo. Neste sábado, no Rio.
Na segunda-feira (8)voltará a São Paulo para encontro promovido pela
Força Sindical. No dia seguinte, participará de atividades em Porto
Alegre.
Mesmo assim, ele sustenta que sua agenda
não é a de um candidato. O governador afirmou que “é hora de reflexão
madura, responsável” e mandou uma espécie de recado a adversários que
tentem desqualificá-lo caso se consolide como oponente de Dilma e do PT
em 2014.
“Precisamos pensar o Brasil além das
eleições. É hora de reflexão madura, responsável. O PSB está maduro para
fazer esse debate. Não vamos nos intimidar com absolutamente nenhuma
colocação que tente colocar ao PSB dificuldades nesse debate, de forma
nenhuma. Não vamos afrontar quem quer que seja. Vamos de maneira muito
tranquila, mas muito firme, fazer o debate profundo”, disse, em meio a
aplausos entusiasmados e gritos de “um passo à frente, Eduardo
presidente”.
Campos atacou as pré-campanhas
presidenciais durante o discurso de pouco menos de dez minutos. Para
ele, é preciso “aproveitar o ano de 2013 para fazer o nosso dever de
casa para reconduzir o país ao desenvolvimento econômico, construir a
pauta nova da competitividade brasileira, da inclusão produtiva de
segmentos que ainda estão marginalizados”.
“Deixar 14 para 14. Nada do que vai
sendo discutido em termos eleitorais em 2013 necessariamente vai valer
para 14. Isso é que a experiência nos mostra. (…) Enquanto muitos podem
pensar só na eleição, nós vamos pensar no Brasil, nas ideias. Não na
próxima eleição. Nós vamos pensar neste século (…) para que a vida
brasileira possa melhorar, para que o povo não se afaste da política
desencantado pelas práticas que afugentam a sociedade e a juventude da
política”.
Em entrevista, o governador evitou
criticar a sequência de viagens da presidente Dilma ao Nordeste, reduto
eleitoral do socialista. “É natural que a presidente vá ao Nordeste,
região onde teve grande apoio em 2010. Região que passa momento
delicado, 1400 e poucos municípios em estado de emergência, em situação
de calamidade pública (por cauda seca de dois anos). É importante que a
presidente vá para interagir com essa realidade, para dialogar com
Estados, municípios, movimentos sociais. Vejo com bons olhos essas
idas”, comentou. (Agência Estado)
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