O presidente do partido,
Rui Falcão, anunciou a oficialização da candidatura de Dilma logo no
início do evento, às 11h50. Também foi confirmada a candidatura à
reeeleição do vice-presidente, Michel Temer.
Dilma subiu ao palanque acompanhada do seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ministros e lideranças petistas estiveram no evento. Pré-candidatos nas eleições
de outubro subiram ao palco, como o ex-ministro da Saúde, Alexandre
Padilha (candidato em São Paulo); o governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz (reeleição); a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi
Hoffmann (Paraná); o ex-ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel
(Minas Gerais) e o senador Lindbergh Farias (Rio de Janeiro).
Convidado como dirigente de partido
aliado, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi vaiado pela plateia de
petistas – a segunda vez em um evento do gênero. Em 2012, durante festa de aniversário
do PT, o ex-prefeito também foi vaiado em Brasília. Outros dirigentes
de partidos que comporão a aliança nacional de Dilma compareceram, como
Renato Rabelo (PcdoB), Ciro Nogueira (PP), Valdir Raupp (PMDB),
Eurípedes Gomes (PROS) e Manoel Dias (PDT).
O PT deverá contar com apoio de ao menos oito partidos no plano nacional: PCdoB, PDT, PP, PROS, PR, PSD e PRB (o PR fará convenção neste sábado para oficializar o apoio).
Neste sábado, o PTB, que até então se posicionava como aliado na campanha de Dilma, anunciou que vai apoiar Aécio Neves na corrida presidencial.
Antes de Dilma discursar, os delegados
do PT encarregados de analisar a proposta de candidatura da presidente
para mais um mandato fizeram uma votação simbólica. Os petistas ergueram
suas credenciais para chancelar a tentativa de reeleição.
Balanço das ações do governo
Em seu discurso no evento, Dilma citou
as ações dos governos petistas na área social, na economia e na
política. Ela afirmou que as pessoas querem que a mudança no país
continue “pelas mãos daqueles que já mostraram que têm capacidade”.
“O Brasil, temos certeza, tenho
consciência disso, o Brasil quer seguir mudando pelas mãos daqueles que
já provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a vida
do nosso povo. Nós tivemos a competência de implantar o mais amplo e
vigoroso processo de mudança do país, que pela primeira vez colocou o
povo como protagonista”, disse a presidente.
Dilma também fez referência a um mote
petista sobre a eleição de 2002, segundo o qual “a esperança venceu o
medo”, e disse que, nesta eleição de 2014, “a verdade deve vencer a mentira, a desinformação”.
“Quero falar sobre as grande mudanças
que vamos enfrentar. Aliás, não paramos de enfrentar desde o dia em que
tomei posse. Se no início a esperança venceu o medo, nesta eleição a
verdade deve vencer a mentira e a desinformação. A verdade deve vencer a
mentira e a desinformação”, completou Dilma.
A presidente ainda afirmou que assumiu o governo em um momento de crise financeira internacional e que o governo dela soube fazer o Brasil resistir aos efeitos da turbulência.
“Quando assumi o governo, o mundo era um, pouco tempo depois, o mundo era outro. A verdade é que a crise econômica financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das economias mais
desenvolvidas do mundo, mas boa parte também do sistema político ao
aumentar o desemprego, ao abolir direitos, ao semear nesses países uma
imensa desesperança. Aqui no Brasil, porém, dessa vez, o nosso país não
se rendeu, não se abateu nem se ajoelhou como fazia diante de todas as
crises do passado”, disse a presidente.
“E sempre que as dificuldades aumentavam
e o governo recebia pressões, eu repetia: ‘eu não fui eleita para trair
a confiança do meu povo, para arrochar os salários do trabalhador.
Essa não é a minha receita, não fui eleita para vender
o patrimônio público como fizeram no passado, para mendigar dinheiro
para o FMI, porque não preciso colocar de novo o país de joelho como
fizeram. Fui eleita, sim, para governar de pé e com a cabeça erguida’ “,
completou Dilma.
Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva discursou durante a convenção. Logo no início de sua fala, ele fez
questão de ressaltar que não há “divergência” entre ele e Dilma. Antes
de o PT oficializar o nome da presidente como a candidata, houve
movimentos dentro do próprio partido que tentaram dar força para o
“Volta, Lula”, como uma forma de fazer Lula candidato no lugar da
presidente.
“A gente vai provar que é possível uma
presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum
atrito entre os dois, numa demonstração de que é plenamente possível o
criador e a criadora viverem juntos em harmonia. Quando houver
divergência entre a Dilma e eu, a divergência termina porque a Dilma
sempre estará certa e eu estarei errado”, afirmou o ex-presidente.
Ele também comentou os xingamentos
sofridos pela presidente na abertura da Copa. “O comportamento das
pessoas que falaram palavrões para a presidente não era uma questão
menor porque ali a impressão é que todo mundo
tinha passado por escolas, e o que eu disse e repito é que a escola dá
ensinamentos específicos, mas educação a gente aprende é na casa da
gente com pai e mãe”, afirmou.
“Acho que o que aconteceu com ela na Copa, me fez dobrar todo e qualquer
esforço para elegê-la, porque não é da cultura da esquerda deste país, e
eu fui da oposição há muitos anos, não é da cultura do povo trabalhador
deste país, não é da cultura das mulheres brasileiras desrespeitar as
pessoas”, completou Lula.
“Os estádios funcionaram, o metrô
funcionou, os voluntários estão dando um show. A gente não tem que
brigar com as pessoas que ficaram anos torcendo para dar errado”, disse o
presidente sobre a Copa.
Lula falou também sobre corrupção e disse que os governos do PT não varrem denúncias para “debaixo do tapete”.
“Eu sei que tem
gente nossa preocupada, porque os adversários nossos só falam em
corrupção. Eu desafio todos os governo juntos que tiveram antes de nós.
Não criaram metade das leis, portarias, decretos, que criamos para
combater a corrupçõo neste país”, disse Lula. (G1)