Casa Nova, norte da Bahia, 572 quilômetros de Salvador, 72 mil habitantes, teve na noite desta terça-feira, seguindo a onda que varre o Brasil, seu primeiro protesto público. Centenas de jovens tomaram a Praça Gilson Viana, onde estão localizados os prédios da Câmara e da Prefeitura, desde as 19 horas, horário de início da sessão ordinária da Câmara, para protestar contra o Projeto estabelecendo o REDA, votado e aprovado na última sessão. Segundo participantes “o prefeito eleito garantiu concurso público e agora vem com esse REDA, uma forma de empregar seus coligados e não realizar o concurso. É uma vergonha e um desrespeito”.
Com a chegada da PM, que solicitou a retirada do carro de som, os discursos endureceram contra os vereadores e contra a corrupção. Enquanto no plenário da Câmara parte da situação e oposição voltaram a trocar acusações mútuas, alguns vereadores governistas, desculpavam-se pelo voto dado à aprovação do REDA. Aglomerados nas saídas do prédio da Câmara os manifestantes vaiaram cada vereador que saia. O Presidente José Eduardo foi escoltado pela polícia até o carro sob o coro de vaias e palavras de ordem. Apesar de ter sido convocado para protestar contra o REDA e pela realização de concurso público, os manifestantes criticaram nos pronunciamentos, a cultura, os gastos excessivos com festas, a corrupção e a debandada de vereadores eleitos pela oposição e que em menos de seis meses se aliaram ao prefeito eleito. Está marcada nova manifestação para sexta-feira de manhã.
Os vereadores
O vereador Leonardo, líder da oposição, voltou a criticar acidamente o governo e os vereadores que votaram a favor do projeto REDA: “Cadê João Bloquinho? – perguntou, referindo-se ao vereador João Honorato, governista que não compareceu à sessão de aprovação – “Sumiu! Sabe porque sumiu? Porque não teve coragem de vir e dizer que era a favor do concurso e que era contra o contrato REDA. Fugiu para não se indispor com o prefeito”.
O Presidente José Eduardo também voltou à tribuna em defesa do governo e para responder à oposição: “O vereador Leonardo não leu o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) firmado com o Ministério Público. Lá está o compromisso de realizar o concurso” – justificou, e o REDA foi criado agora, pois esperar a realização do concurso para contratar seria inviabilizar a administração municipal e provocou: “Quem ouviu o vereador Leonardo há dez meses atrás vai saber o que ele dizia de contratados e concursados”.
Ao longo do discurso, interrompido pelo vereador Vanderlin, para informar que a polícia estava impedindo a livre manifestação dos jovens a pedido da Presidência da Casa, José Eduardo retrucou: “Desde manhã, quando tomamos conhecimento da manifestação pelo Facebook, ninguém ouviu de nós nenhuma palavra contrária à manifestação. Eu fiz isso, eu fiz manifestação nessa praça, porque iria dizer a outros que não façam?”
“Apesar dos ânimos acirrados que estão aqui nessa Casa, temos de ter responsabilidade. Primeiro com respeito ao Povo. Em segundo lugar nós temos de dar exemplo de bom comportamento. Não é xingando vereador que vai se resolver o problema de quem está aqui.” – encerrou José Eduardo.
Por Manoel Leão
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