A derrota por 1 a 0 para o Madureira, neste sábado, em Conselheiro
Galvão, foi apenas o ponto final na péssima Taça Rio realizada pelo
Vasco. A última partida do returno do Campeonato Carioca, no entanto,
não tem consequências nem para vascaínos nem para os tricolores
suburbanos, que já estavam eliminados do Estadual. Das arquibancadas, o
diretor de futebol René Simões e o coordenador técnico Ricardo Gomes
estavam mais preocupados com o futuro.
Fora de campo, os dirigentes precisam encontrar um fim para o impasse
judicial que se tornou a venda de Dedé ao Cruzeiro. A Fazenda bloqueou a
transação por dívidas fiscais do Vasco. Outro problema extracampo a ser
resolvido é o doping do meia Carlos Alberto, que seria um desfalque
terrível para o Campeonato Brasileiro caso seja suspenso pelo uso de
substâncias proibidas.
Além disso, é claro que Simões e Gomes precisam se preocupar com o
que viram dentro de campo, principalmente na Taça Rio, quando o time
perdeu quatro jogos e ficou em sexto lugar no Grupo A. Reforços para o
Campeonato Brasileiro são necessários, mas os recursos são escassos. Os
R$ 14 milhões recebidos pela transferência de Dedé foram gastos com a
quitação de dívidas, a maior parte para saldar atrasos salariais.
O maior "reforço", esperam os dirigentes cruzmaltinos, é o tempo que o
técnico Paulo Autuori, que assumiu na terceira rodada da Taça Rio, terá
para preparar o elenco para o Nacional. O Vasco só volta a campo no dia
26 de maio, contra a Portuguesa.
Os jogadores ganharão a próxima semana de folga e prometem voltar com
vontade, sem o peso da campanha pífia no Carioca, para que os
torcedores vascaínos não temam o pior no Brasileiro. "Taticamente a
equipe evoluiu. Vamos trabalhar muito com o Autuori para entrar fortes
no Brasileiro", comentou o volante Wendel.
"Temos uma equipe qualificada e um grande treinador, que terá tempo
para trabalhar. Vamos comer pelas beiradas. Tem muita gente falando do
Vasco", bufou o volante Fellipe Bastos.
A partida não fugiu do que se poderia esperar. Pouca técnica, pouca
empolgação e um clima de jogo-treino. Com os dois times sem nada a
ganhar ou a perder, não havia tensão ou muita rigidez tática.
Foram raras as chances na primeira etapa, em que a bola circulou a
maior parte do tempo entre as intermediárias, com poucas jogadas
efetivas dentro das áreas. O Vasco ameaçou tomar o controle do jogo no
início do segundo tempo, quando Dakson chutou forte de longe e Márcio
espalmou, aos 16 minutos. Na cobrança de escanteio, Tenório cabeceou na
trave.
Mas o duelo seguiu seu ritmo descompromissado até os 31 minutos,
quando Tenório tentou uma bicicleta na defesa e acertou a cabeça de
Derley em disputa de bola. O pênalti foi assinalado e o próprio atacante
cobrou bem, para decretar uma vitória sem qualquer valor.
FICHA TÉCNICA:
MADUREIRA 1 X 0 VASCO
MADUREIRA - Márcio; Elder Granja, Leozão, Daniel e Gabriel; Gilson,
Ramon (Heitor), Rodrigo Lindoso (Stéfano) e Caio Cezar; Jean (Muhammed) e
Derley. Técnico - Alexandre Gama.
VASCO - Michel Alves; Elsinho, Luan, Renato Silva e Yotún; Fellipe
Bastos, Fillipe Soutto (Romário), Pedro Ken (Marlone) e Dakson (Wendel);
Thiaguinho e Carlos Tenório. Técnico - Paulo Autuori.
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