domingo, 7 de abril de 2013

PSB não precisa pedir licença para tomar decisões, diz Campos sobre 2014


Apesar de ainda negar que será candidato à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), mandou nesta sexta-feira (5) um claro recado para o PT e o governo de Dilma Rousseff, que esperam ainda contar com o apoio do neto de Miguel Arraes e de seu partido nas eleições do ano que vem.
Após discursar no 57º Congresso Estadual de Municípios, em Santos (SP), o socialista usou um tom firme para dizer que sua legenda não precisa da autorização de ninguém para tomar decisões com relação ao pleito do ano que vem.
— Somos um partido que tem direção e tem debate. Nunca fomos e nem vamos ser sublegenda de ninguém e não precisamos pedir licença a nenhuma agremiação partidária, seja ela qual for, para tomar uma decisão. E vamos tomar a decisão que nos cabe no tempo que acharmos correto, na hora certa.
O pernambucano disse ainda que a demora em se lançar candidato “não é nenhum lance de sabedoria política, um gesto calculado”.
— Não somos dados a isso. Quando é para ir para disputa, nós vamos e a fazemos de maneira clara e objetiva.
A chegada de Campos foi digna de um ato de campanha, com direito a carro de som e claques que entoavam gritos de “Brasil, pra frente. Eduardo presidente”, conforme ele caminhava.
O governador também seguiu uma agenda típica de candidato, parando para tirar fotos e comendo um sanduíche de mortadela que lhe foi oferecido.
Atrás de Campos, na sala em que o governador de Pernambuco concedeu entrevista coletiva, estava um enorme banner com a frase”um novo caminho para um novo Brasil”.
O presidente estadual do PSB em São Paulo, deputado Márcio França, disse que trabalha “fortemente” pela candidatura de Campos.
— Sou amplamente favorável à candidatura dele, acho que o País precisa desse debate.
A deputada federal Luiza Erundida (PSB-SP), uma das principais lideranças da legenda, foi ainda mais clara.
— No que depender do partido, Eduardo Campos será candidato em 2014.
Interditando o debate
Ao negar sua candidatura, Campos reclamou de setores da classe política que estariam tentando “interditar o debate” sobre os problemas do País, fazendo entender que debater política é o mesmo que discutir eleição.
A mensagem também tinha como destino o PT, mas dessa vez o pernambucano adotou um tom mais leve na explicação, evitando direcionar o ataque.
— Não se trata de dar nome aos bois, mas de uma convicção que eu tenho de que o mundo está fazendo um profundo debate com relação à economia global e nós não podemos nos constranger a discutir porque alguém vai achar que isso é discutir eleição.
Para Campos, é preciso primeiro “ganhar 2013”, para só então começar a pensar no ano eleitoral, e disse que a antecipação do debate é “natural” pelo movimento da militância.
— Entendemos que esse é um ano para unir o País em torno de uma pauta que sirva ao País. E isso não vai ser construído se a gente começar a disputa eleitoral. É natural que o ambiente dos partidos seja tocado pelo gesto de outros. Se você for a um jogo de futebol, quando uma torcida começa a cantar a outra segue.

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