terça-feira, 12 de março de 2013

Eu não sei qual será a capacidade de Eduardo Campos de arrancar votos”, diz FHC

imagem1 O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) saiu de vez do seu período de reclusão política. Ao deixar o Palácio do Planalto em 2003, o tucano pouco se envolvia em campanhas e debates. Preferia se mostrar como um “autêntico” ex-chefe de estado. Mas nestas eleições o jogo é diferente. Percebendo a fadiga eleitoral do projeto petista, o sociólogo voltou ao noticiário centrando fogo contra a presidente Dilma, e claro, ao seu eterno adversário, o ex-presidente Lula, ambos do PT. No último final de semana, em um encontro promovido pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) na cidade de Puebla, no México, FHC colocou em xeque a capacidade eleitoral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), além de apostar, novamente, na polarização entre PT e PSDB nas eleições de 2014.
“Não sei qual será a capacidade do Eduardo de arrancar votos. O ponto de partida dele é Pernambuco. O do Aécio é Minas. A Marina tem uma presença forte e tem uma causa que, eu acho, vai continuar entusiasmando. Desses três, no momento, eu aposto no Aécio. Acho que 20 anos de governo do PT bastam, não? Chegou a hora de mudar. O estilo PT cumpriu o seu papel. Cansou, dá espaço pra outro”, disse o ex-presidente ao jornal Estado de S. Paulo.
No encontro, que teve a participação da blogueira cubana Yoani Sánchez, o cacique tucano centrou fogo contra Lula. Segundo ele, o petista antecipou o processo a eleição de 2014 ao declarar, no mês passado, que Dilma será candidata à reeleição. “Nós não tínhamos intenção de precipitar uma candidatura. Estávamos prestigiando o nome do Aécio para um debate interno. Mas eu nunca vi quem está no governo precipitar uma eleição, já que atrapalha a governabilidade. Tudo que a presidente Dilma fizer daqui por diante será atribuído a intenções eleitorais. Não sei o que levou o Lula a essa precipitação. Talvez seja porque ele gosta de campanha!”, criticou.
O presidente também acredita que a eleição será levada ao segundo turno. Ele citou que, nos dois últimos pleitos, apesar da alta popularidade, Dilma e Lula ganharam no segundo round. FHC disse ainda que não está envolvido em política, apesar das últimas declarações. “O Lula tinha que entender que nós dois somos personagens, que não estamos mais no principal…. Uma vez, o Chico Caruso me disse que as pessoas que estão no final ficam aflitas porque não vão mais ser caricaturadas. O Lula quer ser caricaturado. Então ele me dá um beliscão, pra eu dar outro nele”, alfinetou.
Legado do PSDB
Apesar de ter uma campanha contra dentro do partido, com aliados do ex-governador José Serra minando internamente o projeto, a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República na eleição de 2014 já tem um mote: a valorização do legado tucano.
“Nós garantimos a economia, modernizamos a economia. As privatizações vieram de uma maneira correta, controladas pelas agências reguladoras, não foram monopolizadoras. Restabelecemos a competitividade das agências do governo, do Banco do Brasil, a Petrobras. Melhoramos muito a educação, organizamos o SUS, começamos o processo de transferência de rendas. As pessoas esquecem que o programa do governo Lula não era transferência de renda, era o Fome Zero. Que foi engavetado! E aderiram ao que nos tínhamos começado. Enfim, por que não defender o que nós fizemos?”, perguntou FHC. (Diario de Pernambuco)

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