Ministério da Saúde patrocinou cartilha de 10 páginas, que instrui como usar medicamento abortivo
Uma cartilha pró-aborto, denominada
‘Protocolo Misoprostol’, foi publicada pelo Ministério da Saúde e ensina
passo a passo como realizar um aborto usando o remédio Misoprostol. A
publicação foi denunciada pela ONG Brasil Sem Aborto e gerou
manifestação de líderes evangélicos, como o pastor Abner Ferreira,
Vice-presidente do Conselho dos Ministros Evangélicos do Estado do Rio
de Janeiro (COMERJ).
O remédio, mais conhecido pela marca
Cyotek, tem a comercialização proibida no Brasil, e na cartilha não há
assinatura ou menção a nenhum responsável técnico, o que descumpre
padrões estabelecidos para o setor.
Embora os impressos encomendados pelo
Ministério da Saúde sejam voltados a obstetras, a linguagem utilizada no
trecho que ensina o método abortivo foge ao padrão técnico comumente
usado em documentos médicos.
Na nota publicada pela Brasil sem
Aborto, o trecho a seguir revela a suspeita da ONG quanto à publicação
da cartilha: “Mais do que ao médico que precisa tomar decisões de
tratamento, o folheto parece dirigir-se a pessoas que já conseguiram ou
pretendem conseguir clandestinamente a droga e tem dúvidas sobre como
utilizá-la para realizar o aborto”.
No ano passado, noticiou-se que o
Ministério da Saúde estaria preparando uma cartilha de orientação para
mulheres que decidissem abortar. A denúncia de agora reforça a tese
levantada anteriormente.
Reação
Pr. Abner Ferreira escreve artigo denúncia e pede explicações ao ministro da Saúde
O pastor Abner Ferreira, que também é
presidente das Assembleias de Deus do Ministério do Campo de Madureira
(RJ), escreveu um artigo denunciando a publicação ‘Protocolo
Misoprostol’:
“VEJAM ISTO: UMA CARTILHA ILEGAL, PARA
PROMOVER UM REMÉDIO PROIBIDO NO BRASIL, ESTIMULANDO O EXERCÍCIO DE UMA
ATIVIDADE ILÍCITA E CRIMINOSA, VISANDO ESTIMULAR O HOMICÍDIO DE CRIANÇAS
NO BRASIL”.
No texto, pastor Abner cita que o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode ter criado uma situação
constrangedora para o Governo. “O ministro está patrocinando através de
órgão público, mais precisamente da Secretaria de Atenção a Saúde, um
material que instrui o crime de aborto (…) O material dito ‘neutro’ e
‘isento’ ao Governo é vergonhoso e eticamente doloso. É vergonhoso
porque se pratica o engajamento mais descarado, mas sem qualquer
identificação de pessoas, autores, colaboradores, etc. E é eticamente
dolosa porque apela à mentira”.
O responsável pela publicação é o
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de
Atenção à Saúde e o texto também se encontra disponível na Biblioteca
Virtual do Ministério.
“ESTOU NO AGUARDO DA FRENTE PARLAMENTAR
EVANGÉLICA, CONVOCAR O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE PADILHA, PARA EXPLICAR O
PROPÓSITO E A LEGALIDADE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PROMOVER ESTA
CARTILHA HOMICIDA”, desabafou o pastor.
Em seu artigo, ele também lembra que,
quando candidata, “Dilma Rousseff assinou um termo de compromisso com os
evangélicos no qual se comprometeu de não encaminhar ao Congresso
qualquer proposta que tratasse de alterações de pontos de temas
concernentes à família, incluindo o aborto”.
A questão, classificada pelo pastor
Abner como “absurdamente inconstitucional” trará, segundo ele, “sérias
consequências ao Governo, pois expressa o interesse do senhor ministro
Alexandre Padilha em fomentar as políticas de incentivo ao aborto, ou,
no caso, da descriminalização da prática”.
Pastor Abner Ferreria encerra sua
colocação pedindo ao ministro da Saúde que não traia o compromisso
assumido pela presidente Dilma com os envangélicos brasileiros, assim
como o juramento feito pelo ministro, que é médico, em favor da vida
humana. “RESPEITE A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA NO BRASIL, QUE
PRECONIZA A INVIOLABILIDADE DA VIDA”.
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