segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Com queda de chapão, deputados do DEM podem renunciar em bloco à reeleição, implodindo candidatura de José Ronaldo

 O “golpe” que o PSC deu no grupo do candidato a governador José Ronaldo (DEM), formando uma coligação com o PTB, o Solidariedade, dois partidos também da base do prefeito ACM Neto, e mais o PPL, para disputar as vagas da Assembleia Legislativa, quando o combinado era integrar uma chapão com todas as siglas oposicionistas que dão apoio ao democrata, pode levar todos os deputados estaduais do DEM e mais os candidatos mais fortes da sigla a desistirem de participar das eleições.

A renúncia coletiva, considerada uma medida extrema pelos próprios parlamentares, levaria a uma espécie de implosão da candidatura do próprio José Ronaldo, acusado pelos deputados democratas de não se movimentar, apesar dos sinais de que sua base estava se esvaindo terem ficado claros desde o final de semana. Ronaldo foi um dos maiores defensores da aliança com o PSC e da candidatura ao Senado do deputado federal Irmão Lázaro, do partido, que era inicialmente rejeitada pelo PSDB, alegando que era eleitoralmente fundamental.

Depois de muita negociação, o DEM e os tucanos chegaram a uma acordo com o deputado-cantor pelo qual a legenda integraria o chapão e declararia apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Dois dias depois da convenção em que todos anunciaram a unidade, no entanto, o acordo foi rompido pelo PSC, que ainda puxou dois partidos da base para o seu lado – o PTB e o Solidariedade. Para completar, Irmão Lázaro declarou apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Antes, o PHS e o PPS também já haviam se desgarrado do grupo, unindo-se ao PSL, partido do candidato a governador João Henrique. Isso ocorreu apesar de um pedido expresso do prefeito a todos os aliados e aos candidatos a deputado do grupo para ajudar financeiramente e com votos o assessor Júnior Muniz, presidente do PHS e candidato a deputado estadual. O que precipitou o surgimento da proposta de renúncia no DEM foi também o anúncio feito hoje ao partido pelo PSDB de que, diante da crise instalada, vai sair sozinho para deputado.

“A consequência de todos estes fatos é que o DEM ficou isolado só com o PRB e gente no nosso grupo com 60 mil, 70 mil votos não conseguirá mais se eleger nestas eleições sem o chapão”, disse um deputado do DEM agora há pouco ao Política Livre, profundamente irritado. Ele criticou principalmente o silêncio e o que chamou de “inação” do candidato a governador do DEM que, segundo ele, parece não querer tomar conhecimento de nada, “mesmo do que está sob o seu nariz”.

“Sem recursos do fundo partidário quem vai querer gastar dinheiro do próprio bolso para poder concorrer? É melhor a renúncia em bloco à reeleição de todos os deputados”, completou a mesma fonte. Sobre o fato de a quase totalidade dos partidos que traíram a proposta do chapão serem da base do prefeito ACM Neto e, por este motivo, ocuparem cargos na máquina municipal, o mesmo deputado afirmou que o prefeito pode fazer pouco nesta hora. “A 60 dias da eleição, a caneta perde a força”, acrescentou.

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