segunda-feira, 11 de maio de 2015

Raúl Castro elogia papa e diz que se continuar assim voltará à Igreja

 O presidente cubano fez estes comentários após a reunião de 55 minutos que manteve no Vaticano com o pontífice, a quem agradeceu 'a contribuição na reaproximação entre Cuba e Estados Unidos'. O presidente de Cuba, Raúl Castro, elogiou neste domingo (10) o papa Francisco por 'sua sabedoria e modéstia', garantiu que lê 'todos os seus discursos' e disse que 'se continuar assim', ele voltará a frequentar à Igreja Católica.

'Eu voltarei a rezar e retorno à Igreja, e isso não é uma piada', afirmou o presidente cubano em um comparecimento perante a imprensa ao lado do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, com quem se reuniu após ter um encontro privado com o pontífice.

Ele prometeu que assistirá 'a todas as missas' que Francisco fizer durante sua viagem a Cuba, prevista para setembro, e lembrou que estudou em instituições religiosas de jesuítas, a mesma ordem do papa Francisco. No entanto, Castro ressaltou: 'Sou comunista, do Partido Comunista Cubano' e perante a imprensa destacou os 'grandes passos' que seu partido deu nos últimos anos.

O presidente cubano fez estes comentários após a reunião de 55 minutos que manteve no Vaticano com o pontífice, a quem agradeceu 'a contribuição na reaproximação entre Cuba e Estados Unidos'.

A reunião 'estritamente privada' entre ambos foi anunciada nesta semana de surpresa, após ser confirmado que o papa viajará à ilha caribenha em setembro, antes ir aos Estados Unidos. O Vaticano desempenhou um papel fundamental na aproximação entre Washington e Havana anunciado no final do ano passado.

Em seu comparecimento com Renzi perante os meios de comunicação, o presidente cubano comentou a presença de seu país na lista de nações que favorecem ao terrorismo e à saída dessa classificação estar próxima de acontecer após a mensagem enviada pelo presidente Barack Obama em abril ao Congresso dos Estados Unidos.

'Nunca teríamos que ter sido incluídos nessa lista de países terroristas. Talvez em 28 de maio o Senado dos Estados Unidos nos tire dessa famosa lista', disse.

Castro lembrou ainda às relações entre a União Europeia e seu país, à 'posição comum' dos vinte e oito sobre a ilha, vigente desde 2003, e assegurou: 'devemos aprender a viver com nossas diferenças'.

Por último, ele admitiu que seu país está 'tentando levar adiante a melhora' de seu 'sistema político, social e cultural, mas é muito difícil fazê-lo sem choque, sem deixar ninguém pelo caminho'.

O presidente cubano não respondeu as perguntas da imprensa e justificou isso afirmando que sua agenda em Roma não o permitia já que tinha que retornar a seu país para receber o presidente francês, François Hollande, que visita Cuba nesta segunda-feira (11).

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