A lista de crimes atribuída ao pastor Marcos Pereira,
preso na noite da ultima terça-feira no Rio de Janeiro, vai muito além dos
estupros que resultaram em dois mandados de prisão preventiva. Na manhã
desta quarta-feira, o delegado titular da Delegacia Especial de Combate
às Drogas (DCOD), Márcio Mendonça, afirmou que Pereira é investigado
também por homicídio, por ligação com traficantes de drogas e por
promover orgias aproveitando-se da fachada de ser líder de uma
instituição religiosa. A prisão de agora foi motivada por cinco
acusações de estupro – há ainda uma sexta acusação, feita pela ex-mulher
do pastor, mas que ainda não seguiu para a Justiça. Dos cinco que
resultaram em mandados de prisão, três têm como vítimas meninas menores
de idade.
A acusação de homicídio que consta em um inquérito é assustadora. A mãe
da vítima contou à polícia que a filha escapou de uma tentativa de
estupro, atacada pelo pastor. Depois de se livrar dele, a menina teria
começado a descobrir episódios de violência sexual e detalhes de orgias
promovidas por Marcos Pereira. A jovem terminou assassinada, e um dos
condenados pelo crime é um sobrinho de Pereira. A mãe da jovem afirmou à
polícia não ter dúvidas do envolvimento do pastor com o crime.
Pastor Marcos Pereira é preso por estupro no Rio
De acordo com o delegado Márcio Mendonça, o pastor Marcos Pereira usava
sua condição de líder religioso para convencer as vítimas a praticar
sexo com ele. “Ele usava seu poder de convencimento. Dizia para as
pessoas que elas estavam possuídas pelo demônio e que por isso
precisavam ter relações sexuais com uma pessoa santa. As vítimas, sempre
pessoas carentes, acreditavam que estavam se libertando”, afirmou.
Chefes do tráfico – A Polícia Civil investiga
denúncias de que Marcos Pereira acobertava traficantes, escondia armas
em templos e que criava encenações para impressionar os fieis da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Entre as vítimas de estupro estão
duas seguidoras da seita que são parentes de chefes do Comando Vermelho:
a filha de um chefão do tráfico na Zona Norte, menor de idade, e a irmã
de outro criminoso.
A partir das denúncias contra Marcos Pereira, foram ouvidas trinta
testemunhas. Os relatos obtidos pela polícia indicam que, além dos seis
casos de abuso sexual, Marcos Pereira pode ter feito pelo menos outras
vinte vítimas de estupro. O medo, segundo o delegado, dificulta que as
vítimas procurem a polícia. A polícia pede que as vítimas prestem
depoimento para colaborar com as investigações.
Nos inquéritos, fica evidente o poder de manipulação de Marcos Pereira
sobre as vítimas. Uma delas, em entrevista ao site de VEJA, afirmou que
passou a considerar melhor ser abusada. “Com o tempo, passei a achar
melhor ceder aos estupros, porque assim evitava que ele se contaminasse
com mulheres da rua”, disse. FONTE: VEJA.COM
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