Para quem ouve Mano Menezes, a sensação é de que o técnico conta até mil antes de cada resposta. Foi assim durante os dois anos e meio em que foi comandante da seleção brasileira e também na primeira entrevista depois de ser demitido do cargo. O técnico foi um dos convidados do programa Bem Amigos, do Sportv, na noite da ultima segunda (29), onde manteve a frieza característica, mas deu recados velados ao atual comando da seleção e aos seus críticos.
Apresentado com pompa e elogios do "dono" do programa, Galvão Bueno, Mano Menezes dividiu o palco com o atual coordenador técnico da CBF, Carlos Alberto Parreira. "Profissional de alto gabarito, educado, gentil" foram os adjetivos usados pelo apresentador. "Sempre falou e esteve conosco nos momentos mais difíceis", completou.
Mano Menezes só conseguiu falar no segundo bloco do Bem Amigos. O primeiro, com 40 minutos de duração, foi destinado para a apresentação dos convidados. Galvão Bueno relembrou a apresentadora Hebe Camargo.
O treinador não foi questionado sobre temas espinhosos. Em nenhum momento teve que responder sobre a sua demissão, em novembro de 2012, após vencer nos pênaltis o Superclássico das Américas.
Sobre a queda não falou, mas, sim, sobre o que classificou como uma tentativa sua de fazer o Brasil voltar a ser protagonista em campo.
"Disse e continuo pensando assim (que a seleção precisa ser protagonista). Trabalhei durante dois anos e meio nessa direção. Fui advertido por amigos de que não deveria continuar perseguindo isso. Mas na minha terra dizem que alemão não é um sujeito teimoso, teimoso é quem teima com alemão. Tentei seguir nessa direção", afirmou.
Em outro momento, reclamou das críticas que sofreu. Quando outros convidados do programa analisaram que Neymar deveria ter ido jogar na Europa, lembrou que levou "porradas" até do Pelé.
"Quanto a gente enxerga antes e fala, a gente toma porrada. Sofri, disseram que era corintiano, até o "Rei" me criticou. Era óbvio que isso (queda de desempenho) iria acontecer. Existia uma diferença dele muito grande em relação aos demais. No Brasil ele passa por três ou quatro, sem desafio, até pelo espaço que dão. Na Europa ele não tem a mesma facilidade. Ele precisa encontrar outras soluções e isso ajuda-lo", defendeu.
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